Feira de Natal

As feiras de Natal são muito famosas pela região. Temos duas opções aqui, a feira de Innsbruck e a feira de Hall. Cada cidade faz a sua contagem regressiva para o natal, é chamada Advento. E a feira consiste em vendas de souvenires, apresentações, comidas típicas e o Glühwein.

O famoso Glühwein é nada mais nada menos que o nosso quentão. Um vinho quente com açúcar, canela e a depender do gosto do freguês um pouco de cachaça, rum ou outra bebida forte. No início parecia engraçado beber quentão em dezembro. Mas ajuda a esquentar, já que é quase impossível ficar na rua à noite. E, certamente por causa do frio, a feira fecha às 20hs.

Trenó

Esta semana a nova experiência na neve foi o trenó. A brincadeira é simples e as crianças adoram. Basta encontrar uma pequena montanha de neve e soltar o trenó ladeira abaixo. Depois carregar o trenó ladeira acima para brincar novamente.



O problema é que às vezes você pode encontrar alguns desníveis pelo caminho e dar alguns saltos. E pode acontecer, quando já se está desequilibrada que o trenó vai para um lado e a bunda vai para o outro.

Resultado da brincadeira: uma tarde de boas risadas e algumas manchas roxas no bumbum.

Impossível sobreviver sem aquecedor.

Um cobertor de orelhas também ajudaria, mas por enquanto, o aquecedor é indispensável. Hoje estava revisando um documento em casa apenas de shorts e camiseta. Olhei para fora e vi a lua nascendo. Resolvi abrir a porta para tirar uma fotografia. Quase fiquei congelada. Fechei a porta e fui checar a temperatura.



É por isso que o meu termostato corporal ainda não está funcionando direito aqui. Quando acordo e vou vestir a roupa para sair de casa, às vezes, ainda tenho a sensação: hoje está quente e posso colocar menos roupa. “Ledo engano”.

Onde estamos Gu?

O mapeamento das trilhas, ruas e vilas é algo impressionante aqui. Todas as trilhas são mapeadas e há muitas sinalizações por todo o caminho. E em alguns pontos, para aqueles que esquecem o mapa em casa, há uma placa enorme mostrando onde você está e com referência de alguns pontos turísticos e restaurantes.

Patinar no gelo foi um pouco mais fácil que patinar na rua.

Domingo eu, Mareni, Camila e Gustavo fomos patinar no gelo em uma pista em Wattens. A pista estava cheia, muitas crianças e adolescentes. Incrível era ver a agilidade da gurizada de 4 ou 5 anos. Nós iniciamos um pouco tímidos segurando na barra no canto da pista e depois até arriscamos algumas voltas mais rápidas. Bem, foi bom para o início.

Biblioteca de Hall.

Conheci a biblioteca pública de Hall na semana passada. Tem livros para todos os gostos, em alemão é claro. Mas também tem livros em espanhol, inglês, italiano. Pode-se alugar filmes, Cds de músicas e até brinquedos de criança. Eu já virei “freguesa” e voltei esta semana.

Na semana passada o bibliotecário me sugeriu alguns livros sobre flores e outros sobre comidas. Bem, eu disse que não era bem a minha praia. Até cozinho de vez em quando um risoto ou um camarão na moranga, mas ler livros sobre flores e comidas ainda não está entre os meus hobbies. Nesta semana ele foi para o outro extremo e indicou o filme do Kafka. O que será que ele vai sugerir na semana que vem?

Almost ready to Ski....

Não é bem verdade que estou quase pronta, mas morar nos Alpes, mesmo que seja por uma temporada, não vale se pelo menos você não tentar aprender a esquiar.

Eu, Mareni, Bernd, Camila e Gustavo estamos literalmente garimpado as feiras de material de segunda mão para a compra de artigos esportivos para a prática de esqui. O engraçado é que ninguém ainda tem o kit completo. Eu, por exemplo, tenho a bota, o capacete e um casaco. Mas ainda falta o esqui e o bastão.

Agora, quase desisti do esporte quando comecei a ler as dicas para iniciantes. 1) Tenha certeza que o seu seguro saúde cobre esportes de inverno. 2) Se estiver envolvido em algum acidente, fique calmo e avise que está machucado. 3) Todos os envolvidos no acidente devem esperar a equipe de socorro chegar...

Bom, agora é encontrar os materiais que estão faltando e boa sorte.

IDH

O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 2010, divulgado nesta quinta-feira (4), mostra o Brasil na 73ª posição entre 169 países. Os cinco primeiros colocados são, pela ordem, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda.

Impossível este índice estar correto. O índice combina renda, expectativa de vida e escolaridade, e, não acredito que Irlanda esteja melhor nestes quesitos que Alemanha e Áustria, por exemplo. A reportagem que li está em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/11/brasil-ocupa-73-posicao-entre-169-paises-no-idh-2010.html.

Delícias portuguesas.

Não tem nada igual a entrar numa padaria portuguesa. Você fica tonta de tanto doce e não sabe qual escolher. Comecei com a queijada, passei pelos originais pastéis de Belém e também experimentei um doce de ovas em Aveiro.

Segundo a Josi, este doce feito das gemas dos ovos foi criado pelas freiras que usavam as claras para engomar as roupas e logo descobriram uma utilidade para as gemas. Agora, no topo da lista das delícias portuguesas, está o bacalhau com natas acompanhado de um vinho do porto. Obrigada Josi e Flávia pela dica.

Madrid

Madrid tem muitas coisas para fazer, tudo depende do tempo e do interesse. A cidade é muito grande e me espantei com o número de pessoas que encontrei na rua no dia em que cheguei. Não era para menos, a grande metrópole tem quase seis milhões de habitantes (dois terços da população da Áustria).

A cidade está repleta de museus, os três principais são: Prado, Thyssen e Reino de Sofia. Há também o Palácio Real, a Catedral e o estádio do Real Madri, este último que acabei não visitando.

Além disso, têm alguns parques, o que visitei foi o parque do Retiro que possui um palácio de vidro que lembra o jardim botânico de Curitiba. Um lago e um grande espaço para corrida ou pratica de outros esportes.

Madrid também possui inúmeras praças: Gran Via, Plaza Mayor, Plaza de Espana, Plaza Cibeles. O sistema de metro funciona muito bem, mas dá para conhecer os principais pontos turísticos a pé. Fui passear numa famosa feira da cidade, que não lembro o nome, mas que se assemelha muito com o camelô brasileiro.

Uma dica boa do meu guia foi fazer uma pequena viagem de 1 hora até Toledo. Que é uma cidade antiga localizada no topo de uma montanha e com muitos sítios históricos e cidade natal de Greco, um famoso pintor espanhol. Vale a pena gastar um dia fazendo um passeio pela cidade.

Where are you from?

É incrível como cada viagem parece ser sempre a primeira. No início tinha um pouco de resistência em viajar sozinha, mas hoje percebo que quem viaja sozinho quase nunca está realmente sozinho. E que a bagagem de volta é sempre muita maior que a de ida.
Pessoas vão e vem durante a viagem. Algumas por alguns minutos e outras por algumas horas. Esperando a conexão para Madrid já conheci uma paulista. Visitei dois museus com a companhia de um pintor espanhol. Fui para Toledo com Matt, um inglês e professor de arte.
Conheci em Lisboa um carioca tarado muito engraçado (Leandro perdi o seu email). O Bruno (dona da agencia do tour que eu fiz em Lisboa) me deu uma aula de história e economia durante o jantar. A Marta a guia do tour era jornalista esportiva e junto comigo estavam mais alguns “americanos” dos EUA e uma canadense.
Em Porto conheci uma manezinha e seus colegas de pós-graduação da Irlanda e do Canadá. Dei carona no meu guarda chuva para um médico alemão aposentado. E no trem de volta para Hall passei informação para um casal alemão e conversei sobre o Brasil com um italiano.
Ainda encontrei algumas amigas brasileiras, a Márcia em Lisboa e a Josi e a Flávia em Aveiro.
Algumas pessoas talvez eu não encontre nunca mais. Outras nem sequer lembro o nome. A conversa gira em torno dos mais variados assuntos, mas é interessante perceber como sabemos muito pouco sobre outras culturas. E a recíproca é verdadeira, chama atenção o desconhecimento que algumas pessoas têm sobre o Brasil. Com exceção do Bruno, um português que sabia mais da história do Brasil do que eu. Obrigada a todos por aumentar a minha bagagem cada instante um pouquinho.
Fora isso, tem uma coisa que me está me deixando intrigada e que ainda não achei a explicação correta. Nenhum europeu acredita quando falo que não temos trem no Brasil. Será que alguém pode me ajudar com a resposta?