Berlim e Potsdam

A capital da Alemanha é uma grande metrópole e não tem como desvincular a sua história com o muro de Berlim. O muro dividiu a cidade ao meio.

Na parte oeste, a Alemanha Ocidental, denominada República Federal da Alemanha, que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos e parte leste a Alemanha Oriental denominada República Democrática Alemã, constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético.

Mas o que resta deste período são apenas pedaços do muro que podem ser encontrados nas paredes ou nas lojas de souvenir. Eu visitei alguns pontos turísticos relacionados ao muro como o Check Point Charles e o Portão de Brandeburgo.

Além disso, a cidade tem muitos museus e galerias. Também me surpreendi com o número de rios, praças e parques. Outro ponto turístico é a torre de TV, de muitos locais da cidade você pode avistá-la e de 243 metros de altura você tem uma vista bonita da cidade.

Potsdam é uma cidade ao lado de Berlim, e é considerada a cidade dos imperadores alemães, famosa pelos seus vários palácios. Um deles é o palácio de Sanssouci. Achei a cidade bastante simpática e ao andar pelas ruas vi muitos casarões antigos.

No último dia da viagem, durante o café da manhã descobri como se faz para identificar brasileiros. Basta olhar para os pés. Numa mesa ao lado de onde eu estava sentada tinham 4 pessoas usando havaianas. Olhei para os meus pés e eu também usava uma.

Campo de concentração Sachenhausen

Fui para Berlim no final de semana e talvez o lugar mais interessante da viagem tenha sido o campo de concentração Sachenhausen. Esse foi transformado em um museu a céu aberto respeitando o lugar das construções originais. Eu fiz uma visita guiada por áudio e apesar de triste foi muito interessante conhecer um pouco da história.

Este campo foi construído na forma de um triângulo eqüilátero para garantir maior segurança e serviu por muitos anos de modelo para os outros campos de concentração. O campo é como relatam os filmes, tinha até um depoimento de um padre que ao ser questionado se era realmente tão ruim assim, ele respondeu que era mil vezes pior.

O campo tinha 68 barracões e logo ficou pequeno para o número de prisioneiros que abrigava. Além das triliches, muitas vezes os prisioneiros precisavam dividir a cama. Não havia privacidade e viviam em condições precárias de higiene. Muitos morreram de fome, doenças, trabalhos forçados e outros milhares assassinados.

A visita a fossa de fuzilamento e a câmara de gás foram de arrepiar, não consegui ficar muito tempo perto do local. Ao lado, tinham quatro crematórios para dar conta da quantidade de prisioneiros que eram assassinados. Apenas um de cada três prisioneiros saiu vivo do campo de concentração.

Existia uma enfermaria e uma sala de autopsia. Faziam-se experimentos com os prisioneiros e alguns cadáveres eram escolhidos para autopsia. Principalmente os que faziam parte dos estudos e aqueles que apresentavam anomalias. Na tentativa de fazer a seleção natural homosexuais e os considerados inferiores eram castrados.

Na época, já se fazia ensaio clínico. Alguns prisioneiros eram condenados a testar as botas. Estes deveriam andar 30 a 40km com uma carga pesada para avaliar a resistência dos diferentes tipos de sola de botas.

Interessante que de 1936 a 1945 o campo abrigava prisioneiros que eram adversários políticos do nazismo e membros coletivos que eles consideravam inferiores. De 1945 a 1950, três meses após o término da segunda guerra, o campo foi ocupado pelos soviéticos e serviu de prisão para pessoas que trabalhavam para o regime nazista.

Milão.

Milão é a capital da moda. Andando pelas ruas você encontra entre uma igreja e outra um prédio histórico que abriga as mais famosas marcas de roupa. Você também pode encontrar as griffes na famosa Galleria Vittorio Emanuele.

Mas o ponto principal da cidade é a catedral, que impressiona pela arquitetura gótica.

Naquela semana estavam comemorando o dia do exército italiano. E na frente da igreja estavam ocorrendo desfiles e apresentações, muito semelhante a data de sete de setembro no Brasil. Reparem no chapéu dos soldados italianos formado por uma grande plumagem verde.

Além disso, a cidade tem dois importantes times do futebol italiano. Mas foi interessante que nas vitrines ao lado da camiseta italiano estava sempre a camiseta do Brasil.

Vaticano.

O Vaticano é um estado dentro de Roma cercado por muros que abriga a supremacia e grande parte da riqueza da igreja católica, inclusive a residência do papa.

A praça de São Pedro tem no centro a Basílica de São Pedro. No seu redor mais de 200 colunas com 140 estátuas de santos, mártires e anjos.

A Basílica de São Pedro é impressionante. Detalhes em mármore por toda a parte, até o chão é cuidadosamente desenhado. Reparem também nos desenhos das paredes feitos com mosaico, que de longe parecem lindas pinturas.

Nós resolvemos subir até a Cúpula da Basílica. Foram mais de 500 degraus. No topo avista-se todo o pátio do Vaticano e boa parte de Roma.

Roma.

Roma é indescritível e literalmente um museu a céu aberto. Quando cheguei lá eu queria bater fotos de todos os prédios históricos. Mas pensando bem, eu teria que bater foto da rua toda. Acabei desistindo logo.

Começamos o passeio pelo Coliseu. Simplesmente impressiona qualquer um. Era o estádio de futebol da época, pelos cálculos poderia abrigar até 50.000 pessoas. Devido a sua construção ter sido em mármore, este foi por diversas vezes alvo de saques, por isso, hoje existem apenas algumas ruínas.

Mas mesmo assim, dá para se ter uma idéia da sua grandiosidade, e foi como se eu estivesse vendo os gladiadores na arena. Esta tinha um subsolo e um sistema de roldanas que subia as feras inesperadamente. Conta a história que nos 100 dias de inauguração foram mortas 5000 feras.

Do lado do coliseu o arco de Constantino e o Palatino. Logo após um mercado e no final da rua um Monumento em Homenagem ao Exército Italiano. Neste rua tem um interessante mapa que mostra a expansão do Império Romano, que praticamente dominou toda a Europa. Visitamos também o Pantheon e a Basílica de Maria Magiore, mas em cada esquina tem uma ou até duas igrejas (é como as farmácias no Brasil).

Roma também tem muitas fontes, nós visitamos duas bastante famosas: a Fontana de Trevi e a Fontana Navona. Na Fontana de Trevi você faz um pedido e joga uma moeda. Difícil foi escolher um pedido e minha cunhada queria voltar lá a noite para recolher as moedas.

Torre de Pisa.

A Torre de Pisa é uma obra de arte que demorou cerca de 177 anos para ficar pronta. Sua construção foi interrompida pelas guerras e também por arquitetos e engenheiros que tentaram por muito tempo corrigir a sua inclinação.

A torre atualmente pesa mais de 14 mil toneladas. Começou a inclinar-se para o sudeste após o início da construção do terceiro andar. Em um esforço para compensar a inclinação, os engenheiros construíram andares com um lado mais alto do que o outro, e atualmente a torre inclina-se para o outro lado, a sudoeste.

Mas a torre impressiona não só pela sua inclinação, mas também pela construção em mármore branco e pelos ricos detalhes das colunas. A torre está localizada na praça dos milagres, ali também se encontra a Catedral, o batistério e o cemitério.

Veneza.

Chegamos em Veneza com chuva, mas isso não estragou o nosso passeio.

Veneza é formada por mais de 150 ilhas e o transporte público é o barco. A cidade é famosa por seus canais, pelo passeio de gôndola, pelos cristais de murano e também pelos bailes de máscaras.

É, com certeza, uma cidade bastante turística, você encontra pessoas do mundo inteiro. Estava repleta de turistas em uma segunda feira chuvosa.

Veneza tem lá os seus encantos. Por barco ou andando pelas estreitas ruelas você consegue conhecer toda a cidade em apenas 1 dia. Eu gostei, mas, particularmente achei a cidade um pouco suja e com aspecto de abandonada. E sim, às vezes você sente um cheiro ruim do mar.

Alpes Suíços e Tirol

Após a visita ao Ernesto em Zurique seguimos em direção ao Tirol.
O meu irmão escolheu o caminho dos Alpes suíços, pois minha mãe nunca tinha visto neve. Nós nos surpreendemos com a quantidade de neve que encontramos. Dá para ver só o asfalto nas fotos, tudo em volta era branquinho. Minha mãe sentou na neve e até fez bolinha, foi muito engraçado.

Os locais de travessia nos Alpes são chamados "passos". E justamente o ponto culminante dos Alpes Suíços foi onde passamos, na fronteira da Suíça com a Itália (4.634 metros).

O Tirol é uma região histórica da parte ocidental da Europa Central, que inclui o estado do Tirol na Áustria, inclusive a cidade onde eu moro, e as províncias italianas de Trento e de Bolzano.

Esta região do Tirol é muito bonita, formada por grandes rios com água incolor proveniente das geleiras das montanhas. Pelo que li na internet o Tirol possui certa autonomia administrativa em relação aos seus países de origem para que as características culturais sejam preservadas. E uma curiosidade, é desta região que partiram os colonizadores de Treze Tílias e Nova Trento em Santa Catarina.

Na volta para Hall também passei por esta região, mas as fotos dentro do trem ficam ruins. Mas com certeza é uma região que vale a pena conhecer.

Castelo da Cinderela.

Nosso passeio começou pelo castelo de Neuschwanstein que fica na cidade de Füssen na Alemanhã, na região da Baviera, perto da fronteira com a Áustria.

O mesmo serviu de inspiração ao "castelo da Cinderela" e é símbolo do Walt Disney.

Foi construído no topo de uma montanha e você precisa subir 1 ou 2 quilômetros para chegar até ele. Lá em cima a vista é fantástica, com muito verde, cachoeiras e um grande lago azul esverdeado.

Na época de sua construção não havia eletricidade, mas o castelo já contava com um moderno sistema de aquecimento com canalizações que partiam da cozinha. Dentro do castelo não pode fotografar mais os detalhes são impressionantes. Cortinas, quadros, o quarto, o salão de festa, o jardim de inverno. Tem também um lustre que pesa quatro toneladas e um piso enfeitado com quatro milhões de mosaicos.

Entretanto, apesar de toda a beleza, no castelo da cinderela não haviam príncipes encantados, pelo menos eu não encontrei o meu.

Falta um pouco de técnica!

Um capítulo a parte da nossa viagem foi visitar o amigo do meu pai.

O Ernesto foi colega de aula do meu pai na cidade de Bom Progresso, diga-se de passagem, menor que Três Passos. Ele estudou até a quinta série. Mas como era filho de agricultores recebeu uma bolsa para fazer o técnico agrícola por um ano na Suíça. Após terminar os estudos voltou para o Brasil, mas não encontrou emprego e decidiu voltar para a Suíça.

Hoje ele já é aposentado, mas tem um conhecimento que dá inveja a qualquer doutor e uma experiência de vida fantástica. Ele nos recebeu na sua casa com muita alegria e disse que queria mostrar a sua fazenda.

Andamos uns 800 metros até avistar um monte de casinhas. De longe você até poderia imaginar uma “favela européia”, mas na verdade são terrenos alugados pela prefeitura para os moradores que querem ter a sua própria horta. Cada morador organiza o espaço como bem entender. Alguns plantam flores, frutas e verduras, outros têm uma casinha de lazer ou um parquinho para as crianças. Cada terreno tem a bandeira do seu país, e você consegue perceber algumas diferenças olhando para o quintal e a maneira como cuidam dele.

Bem, a pequena fazenda do Ernesto tem 160m2, como ele tem uma casinha para guardar as ferramentas e alguns mantimentos, restam apenas 100m2 para o plantio. Mas de pequeno só tem o espaço. Em 100m2 ele cultiva alface, rabanete, três tipos de batata, feijão, tomate, pêra, maçã, uva, ameixa, temperos e algumas flores. Pelo menos foi isso que eu identifiquei. Mas com certeza existiam muito mais coisas que eu não consegui distinguir.

A alface tem um teto mecânico com sensor controlado pela temperatura. No canto da horta ele faz compostagem com o lixo orgânico da sua casa. Mas uma coisa impressionante é a sua arte de multiplicação. No mesmo pé de maçã, utilizando a técnica de enxerto, ele tem cinco qualidades de maçã. Em outra árvore seis qualidades de pêra e outra com três qualidades de ameixa. Até as roseiras são enxertadas.

Além disso, nos caules das árvores tem uma pedra para o caule não subir. Como ele mesmo diz: O que adianta duas peras no topo da árvore onde ninguém alcança. Mesmo as árvores com menos de 60cm já tem flores e dão frutos. Ele tem uma criação de abelhas, elas não dão mel, mas polinizam as plantas e assim ele tem um rendimento maior de frutas.

Dentro da sua casinha tem um mural com algumas fichas. Estas fichas são de doação de sangue que ele guarda desde 1970. Até hoje foram 252. Também tem algumas garrafas de vinho, um mapa do Brasil e até uma bandeira de Três Passos e outra do Rio Grande do Sul. A do Brasil estava hasteada. Também há um forno para fazer o churrasco. Este forno é giratório, se o vento muda de direção não atrapalha o churrasqueiro.

Para completar a manhã tivemos um delicioso almoço com batata e um queijo suíço derretido na hora acompanhado por um bom vinho rose. E depois morangos com chantili de sobremesa.

Para fechar o relato que já está bastante longo, duas frases que marcaram o domingo.

A primeira foi durante a visita a fazenda: Só passa fome quem quer e para alguns falta um pouco de técnica.

A segunda foi durante o almoço após o relato de algumas viagens e tantas outras histórias que ouvimos: O que aprendi foi com o mundo. Conhecimento ninguém tira da gente.

Imagina se no Brasil tivéssemos um pouquinho desta técnica e deste conhecimento.

De volta para casa...

Já estou em Hall. Aqui continua frio e nublado, mas a viagem foi maravilhosa.

Já agradeci o Celso e a Mari pessoalmente, mas queira agradecer mais uma vez.
Obrigada por ter dado este presente para o pai e a mãe.
E pela possibilidade de passar um tempo com vocês.
Foi muito importante para mim.

Além de ter sido uma experiência fascinante, com direito a aula de geografia, história, cultura, línguas, conhecimento, autoconhecimento e muito mais.

Tem muitas fotos, histórias, números e até pérolas da viagem.
Hoje só deu tempo de baixar as fotos para o picasa.

Pontinhos amarelos!

Fui abrir o blog e me dei por conta de quão diferente está a paisagem agora.
Claro que a foto que coloquei foi batida num dia nublado, com chuva.

Mas reparem no verde da grama e das árvores. Na grama tem um monte de flores amarelinhas que pelo que me lembro da epóca de criança, lá em Três Passos, eram consideradas como mato. Inclusive meu pai arrancava todas do jardim.

Aqui ficam lindas. Deixam o verde cheio de pontinhos amarelos.

Neve agora só no topo de algumas montanhas. Ainda bem!

Só esta chuva que não quer ir embora.

A mesma paisagem, mas com outras cores!

Nos momentos que ficar em dúvida, lembra da intenção que te levou a trilhar este caminho.

Este final de semana não começou bem. Fiquei com saudades, sem viagens, sozinha e sem sol.

Mas foi bom para lembrar como os amigos são importantes, e sem querer ou querendo acabei falando com vários deles. Alguns que não encontrava desde o tempo da faculdade e outros que falo freqüentemente.

Obrigada pelo incentivo e obrigada pela companhia. Consegui matar um pouquinho da saudade e lembrar como é bom ter vocês por perto.

O próximo final de semana com certeza será muito melhor.
Meus pais, meu irmão Celso e minha cunhada Mari estarão aqui. Vamos conhecer o castelo da Cinderela, visitar um amigo do meu pai na Suíça e depois vamos passear pela Itália.

Casamentos

Como casa este povo da Áustria.

Já vi casório em vários lugares. Em Viena, não lembro aonde. Em Innsbruck no castelo de Ambras. Em Salzburg no pátio do museu e outro no barco no rio.
E ontem a noite um no restaurante da Universidade.
Se as minhas amigas forem acompanhar esta moda, por favor, esperem eu voltar para o Brasil.

Para que serve a televisão mesmo?

Resisti um mês até solicitar a televisão para a secretária do campus.
Não queria televisão, mas mudei de idéia, pensei que poderia ser útil para as minhas lições de alemão.
Besteira. Liguei ela talvez duas ou três vezes. Esses dias vi uma propaganda de um medicamento e no final também tem a advertência para consultar o médico e ou o farmacêutico.
Hoje vi o filme do Obelisk.